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segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Cataglyphis ibericus

Outra espécie minha vizinha, a Cataglyphis ibericus (C. ibericus), desloca-se a uma velocidade superior do que a maioria das formigas, outra particularidade é a posição do seu abdómen, encontra--se na vertical em relação ao chão.
O que é bastante engraçado é, por muito que pense que já vi tudo, ou pelo menos, todas aquelas características como, cultivo de fungos, utilização de rebanhos de afideos, produção de "mel", escravatura de outra espécie etc, que já me deixaram surpreendido, ainda consigo encontrar mais novidades.

Então segundo o que eu encontrei foi, não só a C. ibericus como outras espécies de formigas são alvo de parasitação por quatro diferentes tipos de vespas e todas elas têm estratégias de ataque diferentes. No caso da C. ibericus, o nome do agressor é a vespa kollasmosoma sentum e é extraordinário como ela o faz, para depositar os ovos no gaster da formiga em apenas 0.05 segundos. Sendo as formigas, um insecto com grandes capacidades de defesa, é incrível ver a adpatação destas espécies de vespas para poderem sobreviver. 
Depois de depositar o ovo, segundo os autores, não sabem como é que, a jovem vespa, depois de eclodir no interior da colónia consegue sobreviver, assim propuseram outra possibilidade, em que a formiga parasitada, morre e é colocada no exterior da colónia dando possibilidade da vespa sobreviver sem ser atacada. 

Deixo aqui a fonte de onde tirei esta informação, onde estão referidos os autores ou os investigadores que filmaram e relataram este acontecimento. Atenção que estão dois vídeos, no primeiro, a espécie de de formigas alvo não são C.ibericus!.
O video que coloco é do youtube e pertence aos verdadeiros autores:



Cees van Achterberg, José María Durán (2011) Oviposition behaviour of four ant parasitoids (Hymenoptera, Braconidae, Euphorinae, Neoneurini and Ichneumonidae, Hybrizontinae), with the description of three new European species. ZooKeys 125 : 59-106, freely available online at: http://dx.doi.org/10.3897/zookeys.125... .







Imagens: https://www.antweb.org


Obreira (worker)


Rainha (queen)

Localização (location)



O meu Formicário

Mais um dia e mais umas fotos do meu formicário, peço desculpa pelo brilho refletido, mas estas até ficaram boas e consegue-se perceber com alguma nitidez a forma como estas formigas se organizam.Não sei se já disse anteriormente, mas volto a mencionar, que a forma como as formigas se organizam, muito possivelmente depende da humidade que se faz sentir no interior do formicário.

 imagem 1

 Na imagem dois, vê-se nitidamente, apesar do reflexo do brilho, mas deu para identificar uma pupa,das muitas que lá estão,(imagem 2 (B), portanto, corresponde ao estagio final de desenvolvimento da formiga. Dentro desta fase, ainda vai ocorrer o escurecimento da pupa até ao momento em que a formiga ganha vida.
Ainda na imagem 2, identifiquei também uma larva, (A), eu escrevi grande na foto, mas é mais média,desculpem o erro, este é o segundo estagio, antes de se transformar numa pupa.
Imagem 2
 Na imagem 3, só queria identificar um tipo de sementes, que são uma das predilectas desta espécie, encontram-se bastante no seu habitat natural. Ainda não consegui identificar o nome da flor que dá esta semente, mas sei identifica-la visualmente no campo. Este ano irei tentar saber o nome e arranjar uma foto desta flor.
Imagem 3

Finalmente na imagem 4, identifiquei o "pão", que as formigas fabricam apartir do mastigar das sementes
Imagem 4




domingo, 30 de agosto de 2015


CREMATOGASTER SCUTELLARIS







A Crematogaster Scutellaris ou também conhecidas por formigas acrobatas são mais comuns  encontrarem-se em árvores, principalmente mortas com espaços vazios no seu interior. Esta espécie também tem uma particularidade interessante, da qual  mencionei na secção Messor barbarus nos aspectos gerais das formigas, a Crematogaster Scutellaris é uma das espécies que estabelece relações simbioticas com os afídeos, utilizando as suas substâncias açucaradas excretadas e protegendo-os contra outros predadores.  


Localização (Propagation): Sul Da Europa (South Europe)
Rainha (Queen):7-10mm

Obreiras (Workers):2-4mm
Alimento (Food): insectos e agua mel (Insects and honey water)
Humidade do ar (Air moisture):50-70%
Temperature:20-30°C
Hibernação (Hibernation): Sim, Novembro-Fevereiro 10-14ºC (Yes, from late November to late February at 10-14°C)
Construção das colónias (Nest-building): Em árvores, principalmente zonas com madeira
Particularidades (Particularities): Provavelmente a espécie mais predominante no Sul Da Europa. As suas colonias costumam ser grandes onde se movimentam em longos carreiros. A espécie crematogaster levanta o abdomen de modo a expelir uma secreção como defesa. (Probably the most dominant ant species in southern Europe. Their colonies are often large, whereby they move in long lines. Crematogaster species typically pull up their abdomen, which contains a defensive secretion, when experiencing a disturbance).

sábado, 29 de agosto de 2015

Meu Formicário




Mais um video da minha colónia, Messor barbarus, desculpem os tremores, mas consegue-se observar bem quase tudo, algumas pupas já no seu estado final de desenvolvimento, o notável polimorfismo desta espécie e se repararem bem, existe uma formiga, mais ou menos localizada na base do ecrã, mais ao meio, de costas com algo branco nas mandíbulas, é a tal massa chamada pão, o alimento já processado.

No video também dá para ver as câmaras que usam para armazenar as sementes, algo que também que irei falar.

Brevemente mais posts até lá ;)




sexta-feira, 28 de agosto de 2015

Um filme!?

Deixo aqui um excerto muito engraçado de um filme, muito bom, quando chegar a casa quero ver se encontro o filme inteiro. AHAHAHAH XD


Ponto de situação

Uma vez que estive bastante tempo ausente, devido à minha licenciatura que está quase no fim, desliguei-me deste meu hobby, mas quero retoma-lo e vou tentar dar mais atenção. Como tal, quero actualizar o blog e meu website, algo que vou tentar fazer durante este dias, Para começar, quero comunicar que a minha colónia anterior, Messor bouvieri, acabou por morrer, portanto não irei continuar com o diário. 
A nova colónia, foi fundada no inicio deste ano e são da espécie Messor barbarus, irei fazendo actualizações das minhas observações e também de certa informação que irei encontrando e lendo.

Até lá !




Observações

Imagem 2: Localização das câmaras usadas pelas formigas
Mais umas imagens da minha colónia, que ainda vai muito no inicio, mas com bons sinais de desenvolvimento. As obreiras, grande parte delas ainda são pequenas, embora já existam algumas um pouco maiores.
Na imagem 1, podes-se observar algumas obreiras, tratando apenas de larvas e pupas, nesta zona não se encontram ovos, talvez devido às diferenças de humidade dentro do formicário, neste local (A1), possivelmente a humidade é menor, do que na zona (A).

Na zona (A), encontra-se a rainha, juntamente com algumas obreiras, que cuidam e tratam da mesma e também dos ovos. A escolha desta câmara, possivelmente, tem haver com o veio que fiz, a cor branca, que está adjacente a (A), que uso para colocar agua para o humidificar o meio. Ainda na câmara (A), encontro algumas outras obreiras, geralmente aos pares, a transformar sementes no alimento prodígio desta espécie, o "pão", basicamente é uma massa que "mastigam" ou "trituram" de aspeto branco. 

Na câmara (B), tem sido o local mais próximo, que usam para armazenarem as sementes, embora elas tenham mais um local, mais longe, onde colocam o resto das sementes. É de referir que, o local armazenamento das mesmas tem haver muito com a humidade existente.
Nas câmaras (C), tenho observado que é o sitio que colocam o "lixo"
Por fim a zona (D) que basicamente é a entrada para o terrário, as outras câmaras que não estão assinaladas, simplesmente ainda não as usam.




Imagem 1: Zona A1

quinta-feira, 27 de agosto de 2015

Formigas e Afideos

Imagem 1
Um tipo de formigas das quais me surpreendem bastante, não pela sua aparência física, mas sim pela a sua habilidade especial, são aquelas que tem a capacidade de formar e cuidar rebanhos. Fico sempre a pensar, como é que um ser tão pequeno, talvez dos mais pequenos que existam, se não me estou a esquecer de alguma outra espécie, possua um sistema tão complexo de organização e de sobrevivência ao ponto de não atacarem uma outra espécie de insetos, os afideos, tratando-os e protegendo-os.

Bem, então como é que é possível? Segundo um artigo que encontrei, estas espécies de formigas usam um tipo de químicos nas suas patas que tranquilizam e subjugam colónias de afideos, mantendo-os juntos e prontos a serem usados como fontes de alimento, fornecendo pequenas gotas açucaradas que são extraídas da seiva das árvores. 

Os investigadores estabeleceram anteriormente, que alguns tipos de afideos vivem em colónias, que são usadas como fontes de alimento para colónias de formigas que estão na vizinhança. As formigas mordem as asas dos afideos de forma a remove-las para os impedir de fugir e garantido a sua fonte de alimento. Para além desses químicos que anteriormente mencionei, ainda surge algo que me deixou ainda mais fascinado, foi o fato das formigas também produzirem nas suas glândulas, químicos capazes de sabotarem os crescimento das asas dos afideos! Novos estudos demonstram, pela primeira vez, que os "marcadores" químicos, que usam para marcar o seu território, também são usados para controlar as colónias de afideos e para os manter juntos. 

Imagem 2
A pesquisa, que foi conduzida pelas equipas da Imperial College London, Royal Holloway University of London, realizou uma experiência, para observar e medir a velocidade dos afideos quando eram colocados num papel onde tinham passado formigas e noutro papel onde não tinham. Os resultados mostraram que, no papel onde as formigas tinham passado, os afideos deslocaram-se mais lentamente do que no papel onde as formigas não tinham passado.

Os investigadores, acreditam que as formigas usam uma espécie de "tranquilizantes" nos seus rastos que usam para marcar os seus territórios, mantendo as populações de afideos juntos e perto das suas colónias. Ocasionalmente, as formigas, também comem os próprios afideos de forma a subjuga-los e renovando as fontes açucaradas.

contudo nesta relação mutua, existem vantagens para os afideos serem "farmados" pelas formigas. Estão documentados casos, em que as formigas atacam e afugentam pássaros e outros predadores dos afideos, é possível que estes usem os rastos químicos das formigas para obter a sua protecção.
Assim concluem que ambas as partes beneficiam, mas o estudo mostra que nem tudo corre bem neste mundo dos afideos e formigas e que as formigas são uma ligação perigosa para os afideos.  





   
Mais um artigo espetacular da BBC, está em inglês, mas percebe-se bastante bem, fala um pouco sobre algumas capacidades únicas de certas espécies, mas principalmente da espantosa adaptação de outras, capazes de invadirem qualquer zona do planeta, provocando estragos incalculáveis quer a nível das produções agrícolas como nas infraestruturas humanas para não falar nos ecossistemas. Agem como pequenos impérios com o intuito de conquistar e destruir tudo por onde passam.


 http://www.bbc.com/earth/bespoke/story/20140908-battle-of-the-ants/index.html

quarta-feira, 26 de agosto de 2015

Um óptimo artigo, não as refere como protagonistas, mas podemos aprender um pouco sobre algumas das suas habilidades, mostrando a sua complexidade! Nunca param de me surpreender!

http://www.bbc.com/earth/story/20150119-caterpillars-that-attack?ocid=fbert




Publico novas fotos, da minha atual colónia de Messor barbarus, estou a conseguir com sucesso o desenvolvimento da mesma, com boa produção ovos, larvas e pupas, tenho observado comportamentos que mais tarde irei colocar aqui.